quarta-feira, 27 de março de 2013

Pai de menino morto no Sul do RJ nega envolvimento com suspeita

'Nunca houve nada entre a gente', afirma Heraldo a respeito de manicure.
Família diz que nunca deu autorização para táxi buscar a criança na escola.


O empresário Heraldo Bichara Júnior, pai de João Felipe Eiras Santana Bichara, morto aos 6 anos pela manicure da mãe em Barra do Piraí, região Sul Fluminense, negou na manhã desta quarta-feira (27), qualquer envolvimento com a suspeita, Susana do Carmo de Oliveira Figueiredo. “Nunca houve nada entre a gente”, afirmou Heraldo em entrevista ao G1. Ele disse ainda que João Felipe não tinha autorização para ser retirado do Instituto de Educação Nossa Senhora Medianeira por nenhum táxi.

A manicure confessou ter matado João Felipe na segunda (25), depois de ligar para a escola do garoto se passando pela mãe, pedir para que ele fosse liberado da aula e colocado em um táxi. O garoto foi levado para um hotel, onde acabou asfixiado. O corpo foi colocado em uma mala e achado pela polícia na casa de Susana. Uma das cinco versões dadas à polícia pela suspeita era de que o motivo do crime seria se vingar do pai da criança, com quem teria um relacionamento.
“Era sempre a mãe dele quem buscava e levava. Nunca mandamos táxi. Inclusive no início do ano foi nos dado uma ficha de autorização que a gente preencheu informando quem seriam as pessoas que poderiam buscar o João na escola. E somente eu, a Aline (mãe do garoto), meu pai e uma cunhada, que também tinha os filhos estudando no colégio, poderiam buscar ele na escola. Mas era sempre a Aline quem levava e buscava”, revelou.
Heraldo Jr. afirmou ainda que a família não pensa em processar a escola. “Não pensamos nisso, mas o colégio não pode querer jogar, dividir a culpa com a gente, que não temos. Essas versões apresentadas agora pelo colégio não condizem com a verdade”, concluiu.
'Ela deve estar com uma psicose qualquer'
Um dia após o enterro de João Felipe Eiras Bichara, o avô, Heraldo Bichara de Souza, declarou ao G1 que a família está “o pior possível”. Ele também afirmou que uma das versões apresentadas por Susana do Carmo de Oliveira Figueiredo de que teria um relacionamento com o pai do menino e, por isso, teria assassinado João Felipe, “não existe”.
“Estamos o piores do que você pode imaginar. Isso é uma calúnia, ela é uma psicopata, falando desse relacionamento com meu filho. Isso não existe. Ela quem teria interesse nele. Como pode uma pessoa que frequentava a casa do meu filho, que fazia a unha da minha nora toda a semana, fazer uma coisa dessa e ainda falar uma coisa dessa? ”, declarou Heraldo.
“Meu filho administra uma fazenda, sai às 5h para trabalhar e só retorna às 18h. À noite, estuda agronegócios. Que tempo que esse menino tem? Sábado ele também trabalha. E domingo está sempre almoçando com a nossa família. É uma loucura, ela deve estar com uma psicose qualquer. Não acredito que meu filho esteja envolvido. Isso é uma forma de defesa dela”, completou.
Depoimento
Em torno de 11h desta quarta-feira (26), o advogado da família, Jorge Roberto da Cruz, esteve na 88° DP (Barra do Piraí) para justificar a ausência de Heraldo Júnior. e Aline. O advogado declarou que os pais de João Felipe estão sem condições de dar depoimento neste momento. “Estamos tentando encontrar forças não sei de onde”, desabafou o avô do menino.
O advogado também afirmou que a família ainda não definiu se vai entrar com uma ação na justiça contra a escola. O delegado, José Mário Omena, declarou que nesta quarta-feira pretendia ouvir os pais de João Felipe para tentar entender a motivação do crime.
“Pretendíamos ter o depoimento da família para darmos o próximo passo, porém, eles não compareceram. Vamos enviar um nova intimação pois é fundamental esclarecer a motivação. A concepção do crime demonstra raiva. Não sei se teve outro tipo de conflito, e não apenas com o pai. Estamos tentando entender”, concluiu
Sobre o possível envolvimento de outras pessoas no crime, o delegado afirmou que vai analisar novamente, com calma, essa possibilidade. Contudo, ele afirmou que continua acreditando que ela agiu sozinha.
“Vou checar novamente, com calma, o envolvimento de outros, mas tudo aponta que não houve participação no crime pelas pessoas que ela aponta. O Rafael já foi ouvido. Ele alega que não sabia, que funcionou apenas como taxista. Todo o depoimento dele era nesse sentido. Ele fala que ela contratou o serviço e que ela tinha o cartão dele, como é comum em todo taxista dar o seu cartão para futuras corridas”, informou Omena.
O delegado afirmou ainda que outro item que afasta Rafael do envolvimento é o fato de Susana ter ligado novamente para ele ao sair do hotel com o menino, entretanto, ele não a atendeu, pois estava em outra corrida.
“Isso é um item que o afasta bastante da situação do crime. Como um taxista que está fazendo parte de um plano de um crime desaparece assim para fazer uma corrida? E sobre o outro taxista, foi ele quem ligou para o 190 quando reconheceu a foto do menino nas redes sociais. Isso também o afasta do crime. Todas as informações que ela deu foram checadas e todas eram desencontradas”, afirmou.
Segunda morte brutal na família
Heraldo contou ainda que esta é a segunda vez que a família passa por uma perda brutal. Há 20 anos, sua filha, Vanuza Capato Bichara Braga foi assassinada pelo marido, em Barra do Piraí.
“É a segunda perda. Ela tinha 22 anos. Crio o filho dela como se fosse o pai. E minha esposa, Heliete com 69 anos, tem Alzheimer, tenho sete pessoas para ajudar a cuidar dela. Ela é linda, mas não fala direito e está em uma cadeira de rodas”, declarou emocionado.
O avô de João Felipe falou ainda sobre a brutalidade do crime e que a família ainda está tentando entender o motivo que levou Susana a assassinar o menino de seis anos.
“Pelo amor de Deus. Nada justifica uma crueldade dessa, mesmo se ela tivesse qualquer coisa com meu filho. Estamos tentando entender qual o motivo”, concluiu.
Cristiane Cardoso Do G1 Rio, em Barra do Piraí
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